terça-feira, 9 de junho de 2009

O porquê dos ( 21% ) da Esquerda.

Quando pensamos na política, o que nos vem à mente é a figura forte do abuso do PS e PSD no poder. Os mídia especializaram-se na divulgação de "factos" que consolidam esta teoria. Todos os dias somos bombardeados com informações que desqualificam a classe política. A imagem simbólica do mau político fundiu-se à própria política; daí começa a parecer natural a sua negação, e, com ela, a dos seus agentes. Eleições após eleições acumulam desesperanças em todos os segmentos da sociedade.

Os políticos actuais encontram-se afogados nas suas próprias contradições: desconfiança, credibilidade frágil, agenda que não interessa a sociedade e excesso de gastos, e enriquecimento ilícito. O facto é que grande parte dos políticos, são autênticos devoradores dos recursos públicos pensando em si e no seu grupo de amigos, e não se importam com aqueles que os elegeram; até chegarem as próximas eleições, é claro.


Estes políticos valem-se da ideia criada por alguém, de que o povo não tem memória e aparecem renovados na cena política concorrendo a cargos públicos como se fosse uma profissão. A cada processo eleitoral aumenta a desilusão e faltam caminhos que reconduzam a política ao leito do bem comum. Gerando uma situação complexa: de um lado o pragmatismo dos políticos e de outro a desilusão e falta de fé da sociedade para com a política.


Os partidos existentes, estão corroídos por uma estrutura que se manifestou frágil: assistencialista, corrupta, centralizadora e viciada.

A desilusão com a política é real, são muitos e fortes os argumentos que justificam esta crise. Exigirá de nós um esforço brutal de ruptura, Jovens políticos que tenham a coragem de enfrentar os oligarcas que se instalaram e minaram os seus partidos. O velho paradigma da cultura política portuguesa rege-se por valores que ruíram com o tempo; o novo está por ser esculpido.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tempo de fazer contas

Peguemos na máquina de calcular e deitemos contas à democracia que temos:
1) De mais de 9 milhões e meio de eleitores inscritos, 63% (mais de 6 milhões) entenderam, no passado domingo, que não valia a pena votar.
2) Considerando que outros 4,63%, tendo votado, o fizeram em branco, negando a confiança a qualquer partido.
3) Houve ainda 2% de votos nulos.

Em suma, os portugueses que confiam ainda (!?) nos partidos que temos são já menos de um terço (30%).

O que significa que:

1) O PSD - partido mais votado - tem a confiança de apenas 9,5% dos portugueses (31,68% de 30%);

2) O PS, cerca de 8% (26,58% de 30%).

3) E todos os restantes partidos, no seu conjunto, menos de 9%.

É esta a legitimidade democrática (o PSD representando 9,5% dos portugueses, o PS menos de 8% e os restantes partidos menos de 9%) do actual sistema partidário.

O que levou a tal divórcio dos portugueses - que, no entanto, nas primeiras eleições após o 25 de Abril acorreram em massa, esperançada e entusiasticamente, às urnas - dos políticos e da política?
Teremos que mudar de povo?
De políticos?
Ou devemos continuar a fazer de conta?

http://jn.sapo.pt/Opiniao/defaul...nt%F3nio% 20Pina

Será que José Adelino Maltez tem razão? «A democracia foi derrotada pela falta de comparência. Sitiada pela corrupção e pelo indiferentismo, caso não volte a confiança pública, podemos encenar uma democracia sem povo, mas com muita partidocracia, onde vencer pode equivaler ao ser vencido. A abstenção não é uma causa da futura crise. Foi apenas um sintoma, quando a indiferença já é azedume e pode volver-se em explosão, se se confirmarem os sinais do "out of control".»

http://tempoquepassa.blogspot.com/2009/06/o-verdadeiro-vencedor-de-ontem.html